O mercado

Amanha (hoje), e dia de mercado aqui ao pe de casa...

Alturas houve em que ia ao mercado todos os sabados com os meus pais. Gostava da companhia, da proximidade, de ir comprar o jornal ao meu pai e de, no final das compras, nos sentarmos todos num cafe onde podia tomar um reforco de pequeno-almoco... Mas era isso, o estar com eles fora do ambiente de todos os dias.

Aqui, em Amesterdao, descobri um novo prazer nas idas ao mercado.

Os cheiros dos legumes frescos trazidos pelos produtores das vilas que circundam a cidade, com ar de terem sido arrancados directamente da terra para as carrinhas que os transportam. Os peixes frescos, cuidadosamente alinhados nas bancadas, a pedirem uma grelha e um fio de azeite. Faco-lhes a vontade, claro.

As refeicoes prontas a levar, desde comida Indonesia a salsicha com couve no pao, com os respectivos cheiros doces, picantes e gordurosos misturados com as suaves fragancias das flores.

As cores dos sacos que as pessoas levam, a forma suave como se tocam para passar, o amassar dos frutos, tudo me transporta para uma epoca desta cidade que eu nunca conheci, a dos armazens comerciais, entrepostos e trocas. Todas as nacionalidades e linguas misturadas numa surpreendente harmonia. E a alegria... a alegria destas pessoas e formidavel... vivem bem, sabem disso, e aproveitam as coisas boas que encontram no caminho...

E depois, o chegar a casa. O aspecto (re)pousado dos sacos simetricamente na bancada enquanto tiro o casaco e o cachecol, a espera de encontrar o seu destino.

O deitar fora a lista que ja cumpriu o seu proposito, e relaxar...

Os dias de mercado, nao sei porque, aqui inspiram-me!