A vida em Amesterdao



Nao o retalho da vida de um medico, mas o retalho da vida de uma portuguesa na terra dos diques, bicicletas, tulipas, moinhos, queijo... e sim, das drogas e do Red Light District tambem.


terça-feira, 5 de agosto de 2008

da Gay parade e do Gay pride

O sabado foi dia de Gay Pride parade em Amesterdao, com direito a presenca do Mayor da cidade - Job Cohen - (foi a primeira vez que tal aconteceu). A semelhanca do que acontece no Queen's day, a malta junta-se ao longo do Prinsengracht e ve os barcos com o cortejo passar, ao som de musica, danca e copos. E depois ha festas em varios locais, uns com tema, outros nem tanto.

Eu nao fui, pelo que nao posso dizer se foi "giro" ou nao. Segundo me contou quem la esteve, foi muito giro, embora a chuva que foi caindo durante a tarde nao tenha ajudado.

Giro... uma manifestacao de algo que e puramente individual e pessoal encarado como mais uma especie de Carnaval. Acho que diminui os gays, com sinceridade.

Nao sou grande fa das gay pride parades, aqui ou em Lisboa ou noutro local... compreendo o porque do seu surgimento, o proposito que tinham e a relevancia que tiveram na conquista de alguns direitos, mas para mim, a opcao sexual e do foro de cada um e nem sequer deve ser assunto de discussao. Tal como nao aceito que sejam discriminados, tambem nao aceito que tenha de aplaudir e achar muitissimo bem "imponham" os estilos de vida ou opcoes privadas ao remanescente da populacao...

Coisa diferente e o direito a adoptar ou a casar. Ai sim, acredito que deva haver debate, discussao, manifestacoes ou outros. Ah sim, mas nao em tanga e com plumas, que ai so dao tiros nos proprios pes. O direito a adopcao ou casamento nada tem que ver com os gostos na indumentaria ou no prazer gratuito em chocar....

Enfim, mas isto era post que dava para uma mini tese e nao foi essa a ideia... queria sim, assinalar a realizacao do evento para quem quiser colocar nas agendas.

Para quem quiser ir para o ano, faltam precisamente 360 dias!

2 comentários:

bonifaceo disse...

Concordo contigo sobre o que pensas destas gay parade. E realmente acho que esse tipo de evento só pode diminuir alguém. Não vou apontar na agenda, ou se apontasse seria para ficar a saber que não visitaria Amesterdão nesse dia. Eh eh!
Beijo.

Anónimo disse...

Ora bem... por onde comeco?
Dizes coisas que concordo, outras nem tanto.
Acho, realmente, que as gay parades nao abonam nada a favor dos homossexuais. Sao um Carnaval, uma fantochada. Nem sequer entendo a palavra orgulho, porque uma pessoa nao tem orgulho pelo que e, mas sim pelo que faz... e e aqui que discordo contigo.
Ser homossexual nao e uma opcao. Ninguem no seu perfeito juizo o queria ser e a grande maioria dos homossexuais passa por uma fase muito dificil de auto-aceitacao porque tambem foram educados num mundo homofobico e heterossexual. Assim sendo, nao estao a impor opcoes ou estilos de vida, porque nao e disso que se trata. E uma vida diferente e um homossexual e homossexual, como um preto e preto ou pela mesma razao que me faz ter olhos verdes. Nao e escolha, e natureza.
Creio que, por vezes, e necessario chocar para se conseguir chegar a algum lado, mas a forma de chocar tem de ser pensada. Preferiria uma boa publicidade que mostrasse o que e ser homossexual, a viver vidas normais, com os mesmos problemas de todos mas sem os meios para os resolver, o que acredito nao ser obvio para a maioria dos que nao sao homossexuais ou nao conhecem homossexuais.
A corrida dos homossexuais deve dar-se todos os dias com os que convivem com eles, com a lei e com a sociedade e, em nada, acho que estas paradas ajudam, principalmente porque o ar de festa, o Carnaval, a provocacao pela provocacao eclipsam toda a seriedade das reivindicacoes que estao por tras.
E e nesta forca de lutar, e no ter esta forca e nos que nao se calam sem ter de chocar, que se tem de ter orgulho. e sao esses o que devem ter orgulho, pelo que fazem e nao pelo que sao.
Quanto ao casamento e a adopcao, discuti o assunto num post recentemente. Ao que la digo nao tenho nada a acrescentar.
Beijos